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Garantir a qualidade de um conjunto de referências é importante para o uso exitoso do SNOMED CT. É crucial que o conteúdo do conjunto de referências faça referência aos conceitos que representam o significado dos dados aos quais ele será vinculado. Além disso, é importante que a interpretação humana dos conceitos definidos se alinhe à definição lógica fornecida pelo SNOMED CT.  Mesmo ao usar conjuntos de referências para propósitos menos críticos à segurança dos pacientes, a qualidade dos conjuntos de referências precisa ser suficiente para ser considerada confiável para servir seu propósito.

Estágios de Garantia de Qualidade

Revisar um conjunto de referências é importante ao longo de todo o processo de desenvolvimento do conjunto de referências, mas ao menos três tipos de validação devem ser enfatizados (ver ilustração abaixo).

    • Revisão do design: O objetivo geral dessa revisão é verificar se o design de conjuntos de referências atende os requisitos. 
    • Revisão do conteúdo: O objetivo geral dessa revisão é verificar se os membros selecionados do conjunto de referências são suficientes para o contexto no qual o conjunto de referências será usado.
    • Teste: O objetivo geral de testar o conjunto de referências é validá-lo no contexto onde ele será usado. O teste é feito para garantir que o conjunto de referências atenda as necessidades das partes envolvidas.

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Figure 6.3.6-1: Estágios da garantia de qualidade

 

Revisão

Revisar um conjunto de referências antes de testá-lo no contexto de utilização é importante para corrigir os erros mais flagrantes, tais como lacunas no conteúdo ou discordâncias sobre a seleção de conceitos. Além disso, revisar um conjunto de referências é importante porque é mais fácil fazer ajustes grandes o mais cedo possível. Além disso, a adaptabilidade do conjunto de referências aumenta junto com a sua qualidade, de acordo com a perspectiva dos usuários do subconjunto. O nível de garantia de qualidade necessário logicamente dependerá do caso de uso prático do conjunto de referências.

As verificações que devem ser feitas como parte do processo de revisão incluem:

  1. Verificar que todas os ids de conceito estejam atualizados (para que não haja referências a conceitos inativos)
  2. Verificar que todos os conceitos incluídos no conjunto de referências sejam apropriados ao caso de uso
  3. Verificar que os termos usados para descrever esses ids de conceito sejam apropriados
  4. Verificar que não haja lacunas no conteúdo, isto é, conceitos que deveriam ter sido incluídos no conjunto de referências e não foram
  5. Verificar que o contexto e o significado estejam claros e se alinhem aos modelos circundantes com os quais o conjunto de referências será usado

Habilidades e Funções

As pessoas envolvidas na revisão de conjuntos de referências devem ser uma combinação de especialistas na área e especialistas no SNOMED CT.

  • Especialistas na área: Pode haver diferentes tipos de especialistas na área, mas ao menos dois tipos podem ser especificados :
    • Especialistas na área clínica: Pessoas que têm conhecimento sobre o uso do conjunto de referências e sobre o contexto no qual o subconjunto irá funcionar.  Muitas vezes, especialistas na área clínica serão usuários clínicos que têm nível suficiente de conhecimento clínico para avaliar se o escopo e o conteúdo do conjunto de referências é suficiente.
    • Especialistas na área técnica: Pessoas que têm conhecimento sobre o ambiente técnico no qual o conjunto de referências será implementado. Especialistas técnicos devem ter conhecimento sobre os vários modelos aos quais esse conjunto de referências pode ser vinculado. Muitas vezes, esses especialistas terão um formação técnica, por exemplo, arquitetos de software, programadores, gerentes de TI. Esses especialistas são especialmente importantes no estágio inicial do processo de desenvolvimento do conjunto de referências para revisar e validar o conjunto de referências em relação aos requisitos exigidos pela infraestrutura técnica.
  • Especialistas no SNOMED CT: Pessoas que têm conhecimento suficiente do SNOMED CT para revisar os conceitos selecionados para um propósito específico. Essas pessoas devem ser capazes de avaliar se a definição dos membros selecionados do conjunto de referências está adequada ao domínio do conjunto de referências. Por exemplo, se o conjunto de referências representa uma lista de problemas, então os membros incluídos devem se referir a conceitos de achados clínicos. Esse grupo também cumpre uma função adicional de apoio ao ajudar os especialistas na área a chegarem à interpretação correta da estrutura e do conteúdo do conjunto de referências.

Abordagens de revisão

A SNOMED International não recomenda UMA abordagem específica para a revisão de conjuntos de referências, mas abordagens “cegas” são geralmente uma abordagem viável para atingir um conjunto de referências de alta qualidade. Alternativamente ou adicionalmente, uma combinação de métodos de revisão pode ser recomendável para garantir um processo de revisão útil e confiável. Idealmente, conjuntos de referências podem ser revisados reiteradamente até que os revisores estejam satisfeitos. Exemplos de abordagens a adotar estão ilustrados na tabela abaixo.

Abordagens para a revisão de conjuntos de referências.
AbordagemDescrição
Autor único, revisor único
Nessa abordagem, uma pessoa é a autora do conjunto de referências, isto é, determina o conteúdo a ser incluído, enquanto outra pessoa revisa os membros selecionados do conjunto de referências. O revisor também pode adicionar comentários sobre a proposta e sugerir conteúdo alternativo. Em um time realmente pequeno, o autor e o revisor podem ser a mesma pessoa. Contudo, isso não é ideal, e é altamente recomendável incluir duas ou mais pessoas no processo de revisão.
Revisão cruzada

Nessa abordagem, o trabalho de desenvolvimento de conjunto de referências é dividido igualmente entre dois ou mais autores do conjunto de referências.

  1. Os autores dividem o material entre eles, então cada um é responsável pelo desenvolvimento inicial de uma parte específica do conjunto de referências.
  2. Os autores fazem um intercâmbio e cada um revê o material do outro.
Essa abordagem pode ser muito eficiente se o tempo é curto, porque você pode dividir a carga de desenvolvimento e revisão entre mais de uma pessoa - contudo, revisar o material de outra pessoa pode não ser sempre tão eficaz (em termos de qualidade) como a abordagem dupla al cega.


Revisão duplaa cega com um árbitro

Essa abordagem é útil em um time um pouco maior que o exigido para abordagem de autor único, revisor único.

Essa abordagem inclui os seguintes passos:

  1. Dois autores desenvolvem esboços de conjunto de referências baseados em exatamente o mesmo material
  2. Os dois conjuntos de referências são comparados para identificar quaisquer diferenças. Se diferenças foram encontradas, então:
  3. O árbitro compara as diferenças dos conjuntos de referências e decide qual das duas é apropriada. Em alguns casos, o árbitro pode pedir aos autores que apresentem seu raciocínio para a escolha dos membros do conjunto de referências para ajudar a tomar a decisão.
Essa abordagem pode produzir conjuntos de referências de maior qualidade, porque cada autor revisa independentemente o material do outro sem estar influenciado pelas decisões do outro autor. Embora essa abordagem leve mais tempo durante a fase de desenvolvimento  (porque ambos os autores precisam desenvolver uma versão preliminar completa do conjunto de referências ), a fase de revisão pode ser muito mais rápida (porque o árbitro só precisa verificar as partes nas quais os autores discordaram). 
Oficinas

Oficinas de validação são oficinas dedicadas à revisão e validação do design e/ou conteúdo de um conjunto de referências. Nessas oficinas, o conteúdo ou incertezas são discutidas em detalhes, ou os participantes do teste são solicitados a priorizar e avaliar membros específicos de subconjuntos, etc. Os participantes podem ter tido uma chance de revisar o conjunto de referências individualmente antes da oficina para preparar perguntas e comentários para a discussão. O número de pessoas na oficina e suas funções devem ser considerados e selecionados de acordo com o formato e escopo de uma oficina específica.

Essa abordagem leva bastante tempo, o que deve ser levado em conta já no estágio de planejamento. Entretanto, essa abordagem também pode ser recompensadora. Oficinas muitas vezes levam a discussões detalhadas e não planejadas de questões relevantes e, ao mesmo tempo, fornecem uma oportunidade de responsabilidade e participação incrementada entre os participantes, o que pode ter um efeito positivo na adoção do conjunto de referências. É recomendado planejar essas oficinas em detalhe e incluir um conjunto de oficinas. O número de oficinas necessário depende do tamanho do conjunto de referências, e como o compartilhamento do feedback é conduzido. 

Teste

Além da garantia abstrata do subconjunto isolado pode existir um requisito para um nível de teste a ser empreendido em sistemas de saúde e testado sob as exatas circunstâncias do uso pretendido. Isso pode ser empreendido com o lançamento de uma pré-visualização da tecnologia destinada a órgãos específicos para feedback. Uma avaliação de impacto e, mais importante, testes de segurança vão precisar acontecer com a implementação do subconjunto em sistemas, particularmente onde mudanças significativas tiverem acontecido.


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