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Esta seção oferece um panorama dos seguintes tópicos:

  • Modelo conceitual – hierarquias superiores
  • Atributos do modelo conceitual – representando as características de um conceito

Por que isso é importante?

O modelo conceitual do SNOMED CT especifica a maneira pela qual os conceitos do SNOMED CT são definidos usando uma combinação de lógica formal e regras editoriais. As regras de modelo conceitual especificam os conceitos de nível superior sob os quais os conceitos são arranjados na hierarquia de subtipos e os tipos de relações permitidas entre conceitos em ramos particulares da hierarquia.

Do que se trata?

Modelo conceitual – hierarquias de nível superior

O topo da hierarquia do SNOMED é ocupado pelo conceito raiz (|conceito de SNOMED CT|). Todos os conceitos descendem desse conceito raiz através de ao menos uma sequência de relações |é um/uma|. Isso significa que o conceito raiz é um supertipo de todos os outros conceitos e que todos outros conceitos são, por sua vez, subtipos do conceito raiz.

Os subtipos diretos do conceito raiz são chamados de 'conceitos de nível superior'. Esses conceitos são usados para dar nomes aos ramos principais da hierarquia. Cada um desses conceitos de nível superior, junto com seus numerosos subtipos descendentes, formam um ramo principal da hierarquia SNOMED CT e contém tipos similares de conceitos. Conforme as hierarquias descendem (isto é, quanto mais relações |é um/uma| forem adicionadas abaixo dos conceitos de nível superior), os conceitos incluídos se tornam cada vez mais específicos.

Abaixo está a lista dos conceitos de nível superior com uma breve descrição do conteúdo representado no seu respectivo ramo da hierarquia.

  • |Achado clínico| representa o resultado de uma observação, avaliação ou julgamento clínicos e inclui estados clínicos normais e anormais (por exemplo, |asma|, |dor de cabeça|, |ruídos respiratórios normais|). A hierarquia |achado clínico| inclui conceitos usados para representar diagnósticos.
  • |Procedimento| representa atividades desempenhadas durante o atendimento de saúde. Isso inclui não apenas procedimentos invasivos, mas também a administração de medicamentos, exames de imagem, educação, terapias e procedimentos administrativos (por exemplo, |apendicectomia|, |fisioterapia|, |injeção subcutânea|).
  • |Situação com contexto explícito| representa conceitos nos quais o contexto clínico é especificado como parte da definição do conceito em si mesmo. Isso inclui a presença ou ausência de uma doença e se o achado clínico é atual, passado ou se relaciona a alguém que não seja o sujeito do registro (por exemplo, |endoscopia marcada|, |histórico de infarto do miocárdio|, |histórico familiar de glaucoma|).
  • |Entidade observável| representa uma questão ou avaliação que pode produzir uma resposta ou resultado (por exemplo, |pressão sanguínea sistólica|, |cor da íris|, |gênero|).
  • |Estrutura corporal| representa estruturas anatômicas normais e anormais (por exemplo, |estrutura da válvula mitral|, |adenossarcoma|).
  • |Organismo| representa organismos de significância na medicina humana e veterinária (por exemplo, |Streptococcus pyogenes|, |beagle|, |raça bovina texon|).
  • |Substância| representa substâncias gerais, os componentes químicos de produtos farmacêuticos e biológicos, substâncias corporais, alimentícias e de diagnóstico (por exemplo, |metano|, |insulina|, |albumina|).
  • |Produto farmacêutico/biológico| representa medicamentos (por exemplo, |cápsula de 250mg de amoxicilina|, |comprimido de paracetamol + codeína|).
  • |Espécime| representa entidades que são obtidas por exame ou análise, geralmente do paciente (por exemplo, |espécime de urina|, |espécime da biópsia da próstata|).
  • |Conceito especial| representa conceitos que não exercem um papel na lógica formal do modelo conceitual da terminologia, mas que podem ser úteis em casos de uso específicos (por exemplo, |conceito navegacional|, |envenenamento por medicina alternativa|).
  • |Objeto físico| representa objetos físicos naturais e sintéticos (por exemplo, |filtro para veia cava|, |dispositivo para implante|, |automóvel|).
  • |Força física| representa forças físicas que podem desempenhar um papel como mecanismos de lesão (por exemplo, |fricção|, |radiação|, |corrente alternada|).
  • |Evento| representa ocorrências, excluindo procedimentos e intervenções (por exemplo, |enchente|, |terremoto|).
  • |Ambientes e localizações geográficas| representa tipos de ambientes assim como localizações como países, estados e regiões (por exemplo, |unidade de tratamento intensivo|, |centro médico acadêmico|, |Dinamarca|).
  • |Contexto social| representa condições sociais e circunstâncias significativas para o atendimento de saúde (por exemplo, |ocupação|, |crença espiritual ou religiosa|).
  • |Estadiamento e escalas| representa escalas de avaliação e sistemas de estágios de tumor (por exemplo, |escala de Coma de Glasgow|, |estadiamento de câncer ginecológico da FIGO|).
  • |Valor qualificador| representa os valores de alguns atributos do SNOMED CT, quando esses valores não forem subtipos de outros conceitos de nível superior (por exemplo, |esquerda|, |resultado anormal|, |severo|).
  • |Artefato de registro| representa conteúdo criado com o propósito de propagar informação sobre eventos registrados ou estado de assuntos (por exemplo, |registro possuído pelo paciente|, |entrada de registro|, |seção de histórico familiar|).
  • |Componente do modelo do SNOMED CT| contém metadados técnicos de suporte à edição do SNOMED CT.

Atributos de modelo conceitual – representando características de um conceito

Atributos do SNOMED CT (ou tipos de relação) são usados para representar uma característica do significado de um conceito. Atualmente, O SNOMED CT usa mais de cinquenta atributos definidores para definir o significado de conceitos. Cada atributo do SNOMED CT pode ser aplicado a conceitos em um ou mais ramos da hierarquia. O conjunto de conceitos aos quais um atributo pode ser aplicado é chamado de “domínio” do atributo. O conjunto permitido de valores para cada atributo é chamado de ‘’faixa de valores” do atributo.

Domínio

O domínio é a hierarquia à qual um atributo específico pode ser aplicado.

Por exemplo:

O domínio do atributo |morfologia associada| é a hierarquia |achado clínico|. Portanto, um |procedimento| não pode ter uma |morfologia associada|. Entretanto, um |procedimento| pode ter uma |morfologia de procedimento|.

Faixa de valores

A faixa de valores é o conjunto de Conceitos do SNOMED CT que são permitidos como valores de um atributo específico.

Por exemplo:

A faixa de valores para o atributo |morfologia associada| é o conceito |estrutura morfologicamente anormal| e seus subtipos descendentes. A faixa para o atributo |localização do achado| é |estrutura corporal anatômica ou adquirida| e seus subtipos descendentes na hierarquia |estrutura corporal|.

Exemplos do domínio e da faixa de valores especificados para os atributos |localização do achado| e |lateralidade|

domainAndRanges

Alguns atributos do SNOMED CT (ou tipos de relação) têm uma relação hierárquica um com ou outro. A hierarquia formada por essas relações é chamada de 'hierarquia de atributos'. Em uma hierarquia de atributos, um atributo geral é pai de um ou mais subtipos específicos daquele atributo. Subtipos de um conceito definido pelo uso de um atributo mais geral podem ser definidos com um subtipo mais específico daquele atributo. Por exemplo, |depois de|, |agente causador| e |devido a| são subtipos de |associado com| porque eles têm um significado mais específico.

Modelo conceitual e orientação editorial

Guia Editorial

O SNOMED CT é uma terminologia em constante evolução, o que significa que os atributos usados para definir conceitos em hierarquias específicas pode mudar periodicamente. Adicionalmente, princípios editoriais estabelecidos para garantir a representação consistente do mesmo tipo de conceitos também podem mudar. Portanto, na criação de conteúdo SNOMED CT, é importante sempre consultar o atual Guia Editorial do SNOMED CT. O Guia Editorial especifica que atributos são válidos para utilização dentro de cada hierarquia e os valores válidos que podem ser designados a cada atributo. O guia também apresenta as regras editorias gerais para o conteúdo SNOMED CT, juntamente com orientação específica para a autoria de conceitos dentro de cada hierarquia.

Modelo conceitual computacionalmente legível

O modelo conceitual computacionalmente legível (MRCM, na sigla em inglês) representa regras no modelo conceitual do SNOMED CT de uma forma que possa ser lida por um computador e aplicada para testar se as definições e expressões daquele conceito cumprem as regras. O MRCM pode ser usado para uma variedade de propósitos, incluindo a autoria e validação de conceitos do SNOMED CT, expressões, restrições e buscas de expressões, processamento de linguagem natural e terminologia vinculante para apoiar a interoperabilidade semântica. Para informações adicional, acesse o guia sobre o Modelo Conceitual Computacionalmente Legível.

Atributos usados para definir conceitos do SNOMED CT

Os atributos definidores do SNOMED CT são usados para representar o significado de conceitos nessas 9 hierarquias:

  • Conceitos de achado clínico
  • Conceitos de procedimento
  • Conceitos de procedimento de avaliação
  • Conceitos de espécime
  • Conceitos de estrutura corporal
  • Conceitos de produto farmacêutico/biológico
  • Conceitos de situação com contexto explícito
  • Conceitos de evento
  • Conceitos de objeto físico

Atributos usados para definir conceitos de achado clínico

Abaixo está uma lista de atributos usados para definir conceitos de |achado clínico|, e uma breve descrição de seu significado:

|Localização do achado| especifica a parte do corpo afetada por uma condição.

|Morfologia associada| especifica as mudanças morfológicas observadas no nível tissular ou celular que são características de uma doença.

|Associado a| representa uma associação clínica relevante entre conceitos sem afirmar ou descartar uma relação causal ou sequencial entre os dois.

|Depois de| representa uma sequência de eventos onde um achado clínico ocorre após outra |achado clínico| ou um |procedimento|.

|Devido a| relaciona uma |achado clínico| diretamente a uma causa como uma outra |achado clínico| ou um |procedimento|.

|Agente causador| identifica o agente causador direta de uma doença como um |organismo|, |substância| ou |força física|. (Nota: Esse atributo não é usado para vetores, como mosquitos que transmitem malária).

|Severidade| usada para classificar um conceito de |achado clínico| de acordo com sua severidade relativa.

|Evolução clínica| representa tanto o surgimento quanto a evolução de uma doença.

|Episodicidade| representa episódios de atendimento prestado por um médico especialista ou outro profissional de saúde, como um clínico geral. Esse atributo não é usado para representar episódios de doença experimentados pelo paciente.

|Interpreta| se refere à entidade sob avaliação ou interpretação, quando uma avaliação, interpretação ou julgamento forem intrínsecos ao significado de um conceito.

|Tem interpretação|, quando agrupado com o atributo |interpreta|, representa o aspecto de julgamento sendo avaliado ou interpretado para um conceito (por exemplo,  presença, ausência etc.)

|Processo patológico| fornece informação sobre o processo patológico subjacente a um transtorno, mas só quando os resultados deste processo não são estruturais e não podem ser representadas pelo atributo |morfologia associada|.

|Tem manifestação definidora| liga transtornos às manifestações (observações) que os definem.

|Ocorrência| se refere a um período específico da vida durante o qual uma condição se apresenta pela primeira vez.

|Método de achado| especifica a maneira pela qual um achado clínico foi determinado. Esse atributo é frequentemente usado em conjunção com |informante do achado|.

|Informante do achado| especifica a pessoa (por função) ou outra entidade (por exemplo, , um dispositivo de monitoramento) da qual a informação do achado clínico foi obtida. Esse atributo é frequentemente usado em conjunção com |método de achado|.

 

Atributos usados para definir conceitos de procedimento

|Local do procedimento| descreve o local do corpo alvo de ou afetado por um procedimento.

|Morfologia de procedimento| especifica a morfologia ou estrutura anormal envolvida em um procedimento.

|Método| representa a ação desempenhada para cumprir o procedimento. Não inclui abordagem cirúrgica, equipamento ou forças físicas.

|Dispositivo de procedimento| descreve os dispositivos associados com um procedimento.

|Acesso| descreve a via usada para acessar o local do procedimento.

|Substância direta| descreve a |substância| ou |produto farmacêutico/biológico| nos quais o método de procedimento atua diretamente.

|Prioridade| se refere à prioridade atribuída a um procedimento.

|Tem como objetivo| especifica o |achado clínico| ou |procedimento| que é o foco de um procedimento.

|Tem propósito de| especifica a intenção de um procedimento.

|Categoria de recipiente| especifica o tipo de indivíduo ou grupo no qual a ação do procedimento é desempenhada.

|Status de revisão| especifica se um procedimento é primário ou uma revisão.

|Via de administração| representa a via pela qual um procedimento introduz determinada substância no corpo.

|Abordagem cirúrgica| especifica o acesso direcional, relacional ou espacial ao local de um procedimento cirúrgico.

|Com uso de substância| descreve a substância utilizada para executar a ação de um procedimento, mas não é a substância sobre a qual o método do procedimento age diretamente.

|Com uso de energia| descreve a energia utilizada para executar uma ação.

Atributos usados para definir procedimentos de avaliação de conceitos

|Tem espécime| especifica o tipo de espécime em relação à qual é feita uma medida ou observação.

|Componente| se refere ao que está sendo observado ou medido por um procedimento.

|Aspecto do tempo| especifica relações temporais para um procedimento de medida.

|Propriedade| especifica o tipo de propriedade sendo medida.

|Tipo de escala| se refere à escala do resultado de uma observação de um exame diagnóstico.

|Método de medição| especifica o método pelo qual um procedimento é feito.

Atributos usados para definir conceitos de espécime

|Procedimento de coleta do espécime| identifica o procedimento pelo qual um espécime é obtido.

|Topografia da fonte do espécime| especifica o local do corpo do qual um espécime é obtido.

|Morfologia da fonte do espécime| especifica a anormalidade morfológica da qual um espécime é obtido.

|Substância do espécime| especifica o tipo de substância da qual um espécime é composto.

|Identidade da fonte do espécime| especifica o tipo de indivíduo, grupo ou localização física de onde um espécime é coletado.

Atributos usados para definir conceitos de estrutura corporal

|Lateralidade| fornece informação sobre se uma estrutura corporal é esquerda, direita, bilateral ou unilateral. Só é aplicado a estruturas corporais bilateralmente simétricas que existem em lados opostos do corpo.

Atributos usados para definir conceitos de produto farmacêutico/biológico

|Tem ingrediente ativo| indica o ingrediente ativo de um medicamento, ligando a hierarquia do |produto farmacêutico/biológico| à hierarquia da |substância|.

|Tem forma em dose| especifica a forma de dosagem de um produto.

Atributos usados para definir conceitos de situação com contexto explícito

|Achado associado| liga conceitos da hierarquia de |situação com contexto explícito |com os conceitos relacionados de |achado clínico|.

|Contexto do achado | representa uma situação na qual um |achado clínico| é desconhecido ou conhecido e, nesse caso, se é presente, ausente ou incerto (possível); e também pode ser usado para expressar o significado de que o achado não é atual, e sim um achado antecipado ou possível futuramente.

|Procedimento associado| liga conceitos na hierarquia de |situação com contexto explícito| a conceitos na hierarquia de |procedimento| para os quais há um contexto adicional específico.

|Contexto de procedimento| indica o grau de completude ou status de um |procedimento|, assim como seus vários estados futuros possíveis antes de ele ser iniciado ou completado.

|Contexto temporal| indica o tempo de ocorrência da situação, ao indicar se o procedimento ou achados associados ocorrem no presente, no passado ou num tempo específico - ou seja, se é planejado ou esperado no futuro.

|Contexto de relação do sujeito | especifica o sujeito do |achado clínico| ou |procedimento| sendo registrado, em relação ao sujeito do registro.

Atributos usados para definir conceitos de evento

|Associado a| representa uma associação clínica relevante entre conceitos sem afirmar ou descartar uma relação causal ou sequencial entre ambos.

|Ocorrência| se refere ao período específico da vida no qual uma condição é apresentada pela primeira vez.

Atributos usados para definir conceitos de objeto físico

|Tem ingrediente ativo| indica o ingrediente ativo de um medicamento, ligando à hierarquia de |produto farmacêutico/biológico| à hierarquia de |substância|.




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